Com o apoio da Dataside, empresa parceira Microsoft, o maior grupo de Oncologia do país conseguiu transformar todo o seu ecossistema de dados com um portal web e um aplicativo mobile que fazem todo o processamento e o armazenamento de imagens com suporte do Azure e o uso de ferramentas de IA e Machine Learning.
O Oncoclínicas é o maior grupo de Oncologia da América Latina, totalizando 129 unidades de atendimento em 13 estados brasileiros e no Distrito Federal. Em suas unidades, reúne especialistas nas áreas de Oncologia, Radioterapia, Hematologia e Transplante de Medula Óssea, assim como equipes multidisciplinares, cuidados complementares, assistência integrada e tratamento individualizado.
A empresa conta com mais de 7 mil colaboradores e 1.800 médicos especialistas, realiza mais de 180 mil consultas por ano, além de mais de 300 mil procedimentos de quimioterapia e radioterapia por ano.

A tecnologia potencializa o cuidado
Com tamanha estrutura e um volume tão grande de atendimentos diversos, a demanda por um armazenamento digital dos dados cresceu, assim como o foco em estruturar uma série de informações contidas em documentos físicos ou até mesmo digitais, mas sem a inserção dos dados contidos ali em um sistema que permitisse o acesso.
“É uma informação extremamente rica, mas não era acessível. A solução propunha pegar esses dados, centralizar de forma digital e poder usá-los para tomada de decisão e deixá-los disponíveis para os médicos”, explica Igor de Paula, sócio da Dataside, empresa parceira Microsoft que trabalhou na implementação do projeto.
Um aplicativo com ferramentas inéditas, mobilidade e inteligência
Marcio Guimarães, gerente executivo de Data e Analytics da Oncoclínicas, explica que a escolha pela Microsoft foi realizada após uma POC (Prova de Conceito), que refletiu o resultado mais promissor para a necessidade da empresa e para o futuro.
A solução contou com o Azure Storage para armazenar exames escaneados e hospedar o portal web, o Functions App como o back end do aplicativo, o Service Bus integrando microsserviços também no back end, além do Cosmos DB como base de dados.
Essa nova tecnologia ainda utiliza o Azure Cognitive Services em duas frentes. Uma delas é o Computer Vision para extrair o texto dos documentos via OCR (sigla em inglês de Optical Character Recognition ou Reconhecimento Óptico de Caracteres em tradução literal).
A outra é o Text Analytics for Health, uma ferramenta que utiliza Machine Learning e IA para digitalizar relatórios médicos, extraindo dados cruciais de exames, permitindo uma coleta em larga escala – uso inédito no Brasil.
Marcio explica que a implementação durou aproximadamente três meses. “Todo o desenvolvimento foi feito com o time da Dataside, mas temos unidades em todo o Brasil. Com a solução implementada, fomos até as unidades para treinar os times. Equipes iam até as unidades e ficavam alguns dias treinando o time, acompanhando o início do trabalho”, afirma.
Uma operação otimizada ajuda a planejar os próximos passos
O aplicativo otimiza o trabalho de inserção dos dados no sistema, aliviando um trabalho manual desgastante e moroso. “O aplicativo fotografa, converte a imagem, faz o processamento, armazena desde a imagem até dados extraídos e estruturados, classifica usuários no aplicativo, o código de identificação do paciente, o tipo de exame – se é de imagem, patológico ou molecular”, conta Marcio.
A solução facilitou o acesso aos dados, nos últimos dois meses foram digitalizados mais de 20 mil exames nas unidades, o que mostra uma dedicação da equipe contratada para digitalizar essas informações em sintonia com a nova plataforma. Os dados são utilizados para fins estatísticos e a confidencialidade dos pacientes é preservada, além disso o paciente assina um termo de consentimento que habilita o uso de dados para essas finalidades
“O primeiro benefício é conseguir acessar de forma estruturada as informações importantes, o médico até consegue ao atender o paciente, mas agora podemos acessá-las para outros fins como estatísticos, de análise e de pesquisa e para avaliar desfecho clínico. O segundo ponto é facilitar muito a questão da estruturação da informação”, celebra Marcio.
Vale ressaltar que essas informações têm caráter especializado – não são simples ou triviais – são laudos de prontuários e exames médicos, informações clínicas-chave que, com a nova solução, grande parte da extração desses dados agora é feita de forma automática.
O próximo passo é expandir a solução para abranger mais exames e pacientes com diferentes demandas, assim como aprimorar a parte prospectiva do projeto, criando meios para que a primeira interação do paciente já entre nesse sistema.
“A Microsoft e a Dataside foram muito parceiras desde o início, é um projeto super inovador e sabíamos que enfrentaríamos dificuldades, mas sempre tivemos muito suporte, vencemos cada um dos desafios que enfrentamos nesse período e ficamos muito satisfeitos com o resultado”, finaliza Marcio.
A Microsoft e a Dataside foram muito parceiras, é um projeto inovador e sabíamos que enfrentaríamos dificuldades, mas vencemos cada um dos desafios que enfrentamos nesse período e ficamos muito satisfeitos com o resultado.
Marcio Guimarães: Gerente executivo de Data e Analytics
Oncoclínicas