Moagem de Cana no Centro-Sul do Brasil Deve Cair 8,9% na Safra 2024/25

Patrícia Gusmão
3 Min de Leitura

A previsão foi apresentada por Plinio Nastari, presidente da consultoria Datagro, durante evento em Nova York.

A Datagro projeta uma queda de 8,9% na moagem de cana no Centro-Sul do Brasil para a safra 2024/25 (de abril de 2024 a março de 2025), totalizando 598 milhões de toneladas. Os dados foram revelados por Plinio Nastari, presidente da consultoria, durante um evento realizado em colaboração com o Citibank e transmitido online de Nova York.

Segundo Nastari, a previsão reflete as condições mais secas do verão e das últimas semanas. Embora as chuvas em março e abril tenham proporcionado algum alívio aos canaviais, desde 26 de abril uma bolha de ar quente se instalou, causando a quarta onda de calor registrada no Brasil este ano, trazendo temperaturas mais altas e reduzindo a umidade das lavouras.

“Devido às condições mais secas, a [colheita na] lavoura vai avançar mais rápido este ano”, afirmou Nastari. Ele estimou que a moagem deve ser concluída no início ou em meados de novembro.

Açúcar e Etanol

A consultoria estima um leve aumento da concentração de sacarose, mas insuficiente para compensar a quebra de produtividade. Com isso, a produção de açúcar foi estimada em 42,6 milhões de toneladas, representando uma queda de 1,7% em relação à safra anterior. Esse volume também reflete um mix açucareiro de 52,1%, acima da safra passada.

Nastari mencionou que as usinas devem continuar preferindo produzir açúcar não só porque já realizaram muitos hedges, mas também devido ao spread entre os preços da commodity e do etanol hidratado, atualmente perto de 5 centavos de dólar por libra-peso.

Como consequência, a estimativa para a produção de etanol é de queda de 7,2%, para 32,1 bilhões de litros. A Datagro também estima que a produção do biocombustível a partir do milho crescerá 22%, alcançando 7,7 bilhões de litros.

No entanto, Nastari observou que a queda na oferta de etanol na safra 2024/25 será amenizada pelos elevados estoques de passagem do biocombustível, carregados da temporada 2023/24. Ainda assim, a expectativa é de alta dos preços do produto no ciclo atual.

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